Quantas pessoas que foram alfabetizadas com o método guardam lembranças vivas! Posso sentir seus corações pulsarem
Obrigada, Eloisa!
Trabalho com crianças e adultos com deficiência, sou professora do AEE – Atendimento Educacional Especializado. Muitos não conseguem alfabetizar-se, gostaria de tentar alfabetizá-los. Farei isso fora do meu horário de trabalho, já que o foco do AEE não é alfabetizar, mas sim, diminuir as barreiras que impedem o deficiente de estar em sala regular.
Ouvi falar da Casinha Feliz há cerca de 20 anos e me encantei com a ludicidade, com as figuras-fonema, com a vovó, com as meninas, com as musiquinhas, etc. Eu me imaginava lá, engraçado né? Mas não me constranjo em dizer não.
Nesse ínterim, a vida seguiu e me afastei da pessoa que me contava como o filho se alfabetizava. Depois de muito tempo, me tornei professora e tudo que queria era que a escola tivesse o método. Então, uma professora que havia feito o curso com uma representante aqui, tinha a cartilha, o livro do aluno e o encarte que orientava o professor.
Confesso que não resisti e copiei tudo à mão. Xeroquei o livro de orientação ao professor, e guardei para mim, como relíquia. Confeccionei as figuras em EVA e, escondida de todos, consegui – mesmo não sabendo se estava fazendo corretamente – alfabetizar 09 crianças. Aqui em Fortaleza as cartilhas foram abolidas com se fossem pragas, e o que se usa é o construtivismo e os estudos de Emília Ferreiro. Existe inclusive um programa do governo estadual PAIC, Programa de Alfabetização na Idade Certa.
Porém, tenho essa clientela de pessoas com deficiência e oro a Deus todos os dias pra encontrar uma forma de fazê-los acessar o conhecimento acadêmico e sinto que com o Casinha Feliz isso pode acontecer.
Contudo, queria mais direcionamento e queria também o material original, mas no momento não tenho condições financeiras para adquiri-lo todo, vou comprando aos poucos, porque além de acreditar na condução acadêmica do método, volto a ser criança, quando começo a olhar as páginas do livro que desenhei.
A história do cocó, do ratinho, do jato d’água, enfim, tudo me encanta, e quero passar esse encantamento para meus estudantes. Alguns são muito sofridos, têm uma experiência de vida muito triste. Quase não têm imaginação, não têm sonhos, são violentos, não brincam…
Enfim, sinto na Casinha Feliz, uma oportunidade de levar o mundo da fantasia até eles e ensiná-los através dele o mundo real. Só que com um diferencial, eles serão crianças aprendendo do jeito de criança.
Bom, quero encerrar por aqui, dizendo mais uma vez da minha admiração e respeito grande por esse método e consequentemente por sua autora. Imagino que ela seja uma pessoa adorável, que gosta de contar histórias e fazer crianças e pessoas felizes.
Obrigada por sua atenção. Um grande beijo!!!!
Regina Daucia
Você tem visto quantas pessoas que foram alfabetizadas com o método guardam lembranças vivas? Posso sentir seus corações pulsarem, em seus relatos. Não me importo, podem me chamar de boba, mas prefiro o encanto do aprender à razão vazia do saber. Beijos!
